quarta-feira, 27 de maio de 2009

Sistemas Diagnósticos dos Transtornos Psiquiátricos

A CID-10 ou Classificação Internacional de Doenças é publicado pela Organização Mundial de Saúde e utilizado mundialmente. Nos Estados Unidos, o sistema diagnóstico padrão é o DSM IV ou Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders revisado pela American Psychiatric Association (Associação Americana de Psiquiatria). São sistemas compatíveis na acurácia dos diagnósticos com exceção de certas categorias, devido a diferenças culturais nos diversos países. A intenção tem sido criar critérios diagnósticos que são replicáveis e objetivos, embora muitas categorias sejam amplas e muitos sintomas apareçam em diversos transtornos. Enquanto os sistemas diagnósticos foram criados para melhorar a pesquisa em diagnóstico e tratamento, a nomenclatura é agora largamente utilizada por clínicos, administradores e companias de seguro de saúde em vários países.

Áreas de Estudo

* Psicopatologia, ou ciência que estuda os comportamentos anormais
* Emergência Psiquiátrica ou atendimento de casos críticos como doentes em crise (psicose, tentativa de suicídio, por exemplo)
* Psiquiatria da Infância e Adolescência, que atende problemas específicos desta faixa etária (autismo, Transtorno do deficit de atenção e hiperatividade)
* Psiquiatria Geral, estudo e atendimento de casos em psiquiatria em adultos (depressão nervosa, esquizofrenia)
* Psiquiatria da terceira idade, especializada no atendimento de problemas como Mal de Alzheimer e manifestações psíquicas da Síndrome de Parkinson
* Psicoterapia
* Toxicodependência ou abuso e dependência de drogas, lícitas e ilícitas
* Psiquiatria de ligação ou Interconsulta psiquiátrica, que diz respeito ao atendimento de sintomas psíquicos em doenças de outros sistemas, especialmente em doentes internados em hospitais gerais (por exemplo, delírio causado por reações à anestesia ou à baixa oxigenação em doentes cardíacos)
* Psiquiatria forense
* Epidemiologia psiquiátrica, que estuda risco e prevalência de doenças na população
* Psiquiatria Comunitária
* Psiquiatria Transcultural ou estudo das diversas manifestações da doença psíquica nas diferentes culturas

Além destas, na formação do psiquiatra são também fundamentais conhecimentos de Medicina interna, neurologia, radiologia, psicologia, sociologia, farmacologia e psicofarmacologia.

Subespecialidades

Alguns psiquiatras especializam-se em certos grupos etários como pedopsiquiatras (especialistas em crianças e adolescentes) e os gerontopsiquiatras (especialistas em problemas psiquiátricos dos idosos). Muitos médicos que redigem laudo de sanidade (tanto em casos civis quanto criminais) são psiquiatras forenses, que também se especializaram no tratamento de criminosos e ou pacientes que apresentam periculosidade.

A Associação Brasileira de Psiquiatria reconhece as seguintes subespecialidades em psiquiatria:

* Psiquiatria da infância e adolescência ou Pedopsiquiatria
* Psiquiatria forense
* Psicogeriatria, Psiquiatria da terceira idade ou Gerontopsiquiatria
* Psicoterapia
* Interconsulta em Hospital Geral ou Psiquiatria de Ligação

Outras estão em fase de avaliação

A Prática da Psiquiatria

Psiquiatras são os mais conhecidos profissionais de saúde mental. São médicos que se especializam no tratamento da doença mental, através do modelo biomédico de abordagem das perturbações psíquicas, incluindo o uso de medicamentos.

Os psiquiatras também podem passar por treinamento significativo para conduzir sessões de psicoterapia e terapia em psicologia cognitiva e psicologia comportamental. Psicólogos são profissionais especializados no emprego e pesquisa destas técnicas. A duração do treinamento em terapia de um psiquiatra varia de região para região.Os psiquiatras podem trabalhar apenas em clínica ou dedicar-se à pesquisa ou à vida acadêmica.

Os psiquiatras e os médicos assistentes são os únicos profissionais de saúde mental que podem realizar exames físicos, solicitar e interpretar análises laboratoriais, eletroencefalograma (EEG) e exames como Tomografia computadorizada (CT), Ressonância magnética (RM) e PET (Tomografia por emissão de pósitrons). O profissional tem que avaliar o paciente em busca de problemas médicos que possam ser a causa da perturbação mental.

Psiquiatria

Psiquiatria é uma especialidade da Medicina que lida com a prevenção, atendimento, diagnóstico, tratamento e reabilitação das doenças mentais em humanos, sejam elas de cunho orgânico ou funcional, tais como depressão, doença bipolar, esquizofrenia e transtornos de ansiedade. A meta principal é o alívio do sofrimento psíquico e o bem-estar psíquico. Para isso, é necessária uma avaliação completa do doente, com perspectivas biológica, psicológica, sociológica e outras áreas afins. Uma doença ou problema psíquico pode ser tratado através de medicamentos ou várias formas de psicoterapia. A avaliação psiquiátrica envolve o exame do estado mental e a história clínica. Testes psicológicos, neurológicos e exames de imagem podem ser utilizados na avaliação, assim como exames físicos. Os procedimentos diagnósticos variam mas os critérios oficiais estão descritos em manuais como a CID-10 da Organização Mundial de Saúde e o DSM-IV da American Psychiatric Association.

Os medicamentos psiquiátricos são parte central do arsenal terapêutico, o que é único na Psiquiatria, assim como procedimentos mais raramente utilizados como a eletroconvulsoterapia. A psicoterapia também faz parte do arsenal terapêutico do psiquiatra, embora também utilizada por outros profissionais de saúde mental. Os serviços psiquiáticos podem fornecer atendimento de forma ambulatorial ou em internamento. Em certos casos, este último pode ser realizado de forma involuntária. Tanto a clínica quanto a pesquisa em psiquiatria são realizadas de forma interdisciplinar.


A palavra Psiquiatria deriva do Grego e quer dizer "arte de curar a alma"


Aparentemente, a Psiquiatria originou-se no século V A.C., enquanto que os primeiros hospitais para doentes mentais foram criados na Idade Média. Durante o século XVIII a Psiquiatria evoluiu como campo médico e as instituições para doentes mentais passaram a utilizar tratamentos mais elaborados e humanos. No século XIX houve um aumento importante no número de pacientes. No século XX houve o renascimento do entendimento biológico das doenças mentais, introdução de classificações para os transtornos e medicamentos psiquiátricos. A antipsiquiatria ou movimento anti-psiquiátrico surgiu na década de 1960 e levou à desinstitucionalização em favor aos tratamentos na comunidade. Estudos científicos continuam a buscar explicações para as origens, classificação e tratamento dos transtornos mentais.

Os transtornos psiquiátricos são descritos por suas características patológicas, ou psicopatologia, que é um ramo descritivo destes fenômenos. Muitas doenças psiquiátricas ainda não têm cura. Enquanto algumas têm curso breve e poucos sintomas, outras são condições crônicas que apresentam importante impacto na qualidade de vida do paciente, necessitando de tratamento a longo prazo ou por toda a vida. A efetividade do tratamento também varia em cada paciente.